MINHA ARTE/ CHIRLEI DUTRA

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 Chirlei Dutra.

Ela tem uma vitrola , de 1973, onde costuma escutar Janis Joplin e gosta de se entocar no mato, mas também de viajar, ir a grandes shows e tocar guitarra. Vive em Salvador, com três gatas. “Meu pai é meu mentor musical, com ele comecei a tocar bateria aos 13 anos de idade em uma banda de baile que circulava pelo interior do Sudoeste da Bahia” diz, relembrando que tocava em bares de Vitória da Conquista, ao mesmo tempo em que cursava psicologia. “Já abri grandes shows, com minha banda, como o de Caetano Veloso (Abraçaço), Tulipa Ruiz, Céu, Lenine, Nando Reis, Zé Ramalho, Cidade Negra e Cordel do Fogo Encantado”.

 Musicoterapeuta, técnica que utiliza para interação com pessoas que fazem o uso de substâncias psicoativas, em situação de rua. O objetivo é redução de danos, ou seja, amenizar as consequências do uso e abuso dessas substâncias. Junto com uma equipe, Chirlei leva variados instrumentos musicais para as ruas, propondo momentos de interação. “A partir daí, surgem as expressões musicais, artísticas, improvisações e até composições que mais adiante são mostradas em apresentações. Nesses encontros, construímos e criamos espaços de fala de comunicação verbal e não verbal, uma ferramenta terapêutica de cuidado em saúde mental”, explica, para, em seguida, falar do próprio aprendizado: “No trabalho com a música e a rua conheço pessoas grandes e ao mesmo tempo invisíveis para a sociedade”.

O trabalho terapêutico  divide espaço com a carreira artística pessoal. Chirlei gravou o primeiro single autoral em 2017. “Útero Gélido” foi classificada, entre as cinquenta músicas selecionadas no Festival da Educadora. Agora, trabalha para o primeiro EP. “Progesterônicas”, composta em parceria com a escritora e roteirista Gabriela Sandes, foi gravada com André T, em Salvador. “Pretendo concluir o trabalho com outras músicas que tratam da temática feminina/feminista”, diz a artista que participou, recentemente, do Festival Internacional de Compositoras, SONORA Capão. “Uma das mais ricas experiências, já que tive a oportunidade de conhecer as mais diversas e potentes compositoras atuais da cena alternativa independente”.

Na arte de Chirlei, além da temática feminina/feminista, influências do rock setentista e um olhar que passeia pelos mais variados gêneros e cantores. Entre os preferidos, estão Joan Baez, Janis Joplin, Led Zeppelin, Mutantes, Gal Costa e Secos e Molhados. Um trabalho que vale a pena você conhecer.


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